sábado, 6 de junho de 2009

Saudade

Depois de tanto tempo, a saudade
É uma lembança ténue, uma quimera
Que no pensamento fica, feita espera
De si mesma, de alguma outra realidade
Já não é disto ou daquilo, é eternidade
Esta saudade que nos acompanha, que se preza
Nos faz olhar p’ra vida, sua natureza
É o único rasto que nos ficou da felicidade
Qual um vinho que nos oferece, o seu torpor
Nos confunde, nos empresta uma clareza
Nos rouba ela a nós mesmos com seu ardor
Ah, saudade, só tu é que és Portuguesa
Ilha eterna, sumida num mar de dôr
Este cálice que bebo, esta tristeza.

Nenhum comentário:

Postar um comentário