sábado, 6 de junho de 2009

O Medo


Em verdade temos medo.
Nascemos no escuro.
As existências são poucas;
Carteiro, ditador, soldado.
Nosso destino, incompleto.
E fomos educados para o medo.
Cheiramos flores de medo.
Vestimos panos de medo.

De medo, vermelhos rios Vadeamos.
Somos apenas uns homens e a natureza traiu-nos.
Há as árvores, as fábricas,
Doenças galopantes, fomes.
Refugiamo-nos no amor,
Este célebre sentimento,
E o amor faltou: chovia,
Ventava, fazia frio em São Paulo.
Fazia frio em São Paulo... Nevava.
O medo, com sua capa,
Nos dissimula e nos berça.
Fiquei com medo de ti,
Meu companheiro moreno.
De nos, de vós, e de tudo.

Estou com medo da honra.
Assim nos criam burgueses.
Nosso caminho: traçado.
Por que morrer em conjunto?

E se todos nós vivêssemos?
Vem, harmonia do medo,
Vem ó terror das estradas,
Susto na noite, receio
De águas poluídas.
Muletas Do homem só.
Ajudai-nos, lentos poderes do
Láudano.

Até a canção medrosa se parte,
Se transe e cala-se.
Faremos casas de medo,
Duros tijolos de medo,

Medrosos caules, repuxos,
Ruas só de medo, e calma.
E com asas de prudência
Com resplendores covardes,

Atingiremos o cimo
De nossa cauta subida.
O medo com sua física,
Tanto produz: carcereiros,
Edifícios, escritores,
Este poema,
Outras vidas.
Tenhamos o maior pavor.
Os mais velhos compreendem.
O medo cristalizou-os.
Estátuas sábias, adeus.
Adeus: vamos para a frente,

Recuando de olhos acesos.
Nossos filhos tão felizes...
Fiéis herdeiros do medo,
Eles povoam a cidade.

Depois da cidade, o mundo.
Depois do mundo, as estrelas,
Dançando o baile do medo.

Saudade

Depois de tanto tempo, a saudade
É uma lembança ténue, uma quimera
Que no pensamento fica, feita espera
De si mesma, de alguma outra realidade
Já não é disto ou daquilo, é eternidade
Esta saudade que nos acompanha, que se preza
Nos faz olhar p’ra vida, sua natureza
É o único rasto que nos ficou da felicidade
Qual um vinho que nos oferece, o seu torpor
Nos confunde, nos empresta uma clareza
Nos rouba ela a nós mesmos com seu ardor
Ah, saudade, só tu é que és Portuguesa
Ilha eterna, sumida num mar de dôr
Este cálice que bebo, esta tristeza.

Somos Como os Dias


HÁ DIAS EM QUE ACORDAMOS CHUVOSOS.
CHEIOS DE SAUDADES,
CHOROSOS,EMOTIVOS,
SENTIMENTAIS,ROMANTICOS, FANTASIOSOS......

NOUTROS ACORDAMOS NUBLADOS
TRISTES, SOLITÁRIOS, DOLORIDOS,
DESESPERANÇOSOS, MISTERIOSOS,
ATÉ MESMO FRIOS E RACIONAIS.

MAS HÁ DIAS, EM QUE ACORDAMOS
ENSOLARADOS!!!
QUENTES, VIBRANTES, ALEGRES,
ILUMINADOS, ANIMADOS, ESPERANÇOSOS,
SONHADORES.
NOSSOS OLHARES
POSSUEM AQUELE BRILHO A MAIS.

MAS O QUE MAIS IMPORTA,
É QUE CADA DIA É UM DIA
E QUE OS DIAS PASSAM
ENTÃO VIVAMOS NOSSAS EMOÇÕES!!!

SINTAMOS O NOSSO SER!!!
AFINAL SOMOS TODOS ASSIM!!!
COMO OS DIAS!
COMO AS ESTAÇÕES DO ANO!
E CADA ESTADO,
TEM SUA BELEZA NATURAL!

HOJE?
EU ME SINTO CHUVOSA.
E VOCÊ?